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Enfermeira é indiciada por morte de jovem em clínica de estética no Rio; polícia faz novas buscas

Polícia cumpre mandados contra suspeitos de morte de jovem em procedimento A Delegacia do Consumidor (Decon) indiciou por homicídio e exercício ilegal da med...

Enfermeira é indiciada por morte de jovem em clínica de estética no Rio; polícia faz novas buscas
Enfermeira é indiciada por morte de jovem em clínica de estética no Rio; polícia faz novas buscas (Foto: Reprodução)

Polícia cumpre mandados contra suspeitos de morte de jovem em procedimento A Delegacia do Consumidor (Decon) indiciou por homicídio e exercício ilegal da medicina a enfermeira que participou do procedimento estético que terminou com a morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos. Sabrina Rabetin Serri foi um dos alvos, nesta quarta-feira (1º), de uma operação complementar sobre o caso. A profissional foi levada para a Decon para prestar depoimento. Agentes da especializada cumpriram 8 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a outras pessoas envolvidas no caso — como a secretária e captadoras de clientes da clínica. Marilha morreu no dia 8 de setembro no hospital-dia Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil do RJ, Marilha foi vítima de erro médico. José Emílio de Brito, que conduziu a hidrolipo em Marilha, está preso desde o dia 15. “A importância dessas diligências de hoje é que a gente vai colher mais indícios e apresentar ao Ministério Público um inquérito já na certeza de que houve um crime de homicídio, praticado por esse médico e com a ajuda da enfermeira Sabrina, que participou ativamente da cirurgia”, declarou o delegado Wellington Vieira. As diligências ocorrem em Irajá, Bonsucesso, Vista Alegre, Jardim América e Cascadura, na Zona Norte do Rio, e em Mesquita, na Baixada Fluminense. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça A enfermeira Sabrina Rabetin Serri é levada para a Decon para depor Reprodução/TV Globo Enfermeira fez anestesia Segundo o delegado, Sabrina “praticou atos privativos de médicos”. “Segundo várias pacientes que vieram aqui depor, Sabrina realiza o anestésico da cirurgia. Isso é privativo do médico-cirurgião. Então a gente tem convicção que ela errou, e com certeza isso contribuiu para a morte da Marilha naquela cirurgia”, explicou. Ainda de acordo com Wellington Vieira, “existe uma rede clandestina para captação de pacientes”. “Essas pacientes são iludidas, são induzidas a erro. São feitas promessas que não são cumpridas. As pessoas acham que estão seguras e chegam no dia da cirurgia sem ao menos ter uma consulta prévia com o médico, e aí são submetidas [ao procedimento] e se arriscam muito”, detalhou. Polícia faz buscas em endereço de investigado por morte de Marilha Menezes Antunes Divulgação/PCERJ Prisão do médico e laudos No dia 15 de setembro, a Decon prendeu o médico responsável pelo procedimento, José Emílio de Brito. De acordo com a polícia, ele responde por homicídio e falsidade ideológica. Um perito que prestou depoimento à Decon afirmou que a necropsia constatou 7 perfurações no corpo da vítima, com ao menos 2 lesões penetrantes que atingiram a cavidade abdominal e provocaram hemorragia interna. Um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou perfuração no rim e hemorragia interna como causa da morte. Em registros feitos no dia da ocorrência, o médico havia atribuído o óbito a uma broncoaspiração seguida de parada cardiorrespiratória. Fiscalização e prisões na clínica Em uma diligência anterior, 2 gerentes da clínica foram presas em flagrante por crime contra as relações de consumo. O local foi interditado após fiscalização do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e da Vigilância Sanitária, que encontraram medicamentos vencidos no centro cirúrgico, na farmácia e no carrinho de parada cardíaca, situado no mesmo ambiente onde a paciente morreu. O que dizem os citados A clínica informou na ocasião, em nota, que atua como hospital-dia, alugando o centro cirúrgico para equipes terceirizadas, que seriam responsáveis pelos insumos e pela condução dos procedimentos. A direção afirmou lamentar a morte, colaborar com as autoridades e manter a infraestrutura exigida para emergências. A família da vítima contesta. “Foram 90 minutos tentando reanimar a minha irmã”, disse Léa Caroline Menezes, irmã de Marilha, ao relatar demora no acionamento do socorro e falta de recursos no local. Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea Divulgação