Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso encerram painel no Rio Innovation Week cantando a capela e emocionam o público; VÍDEO
Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso encerram painel no Rio Innovation Week cantando a capela O painel 'Inovadores por Natureza', realizado nesta quarta-feira (13) ...

Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso encerram painel no Rio Innovation Week cantando a capela O painel 'Inovadores por Natureza', realizado nesta quarta-feira (13) no Rio Innovation Week 2025, no Centro do Rio, terminou em clima de celebração e emoção. Diante de uma plenária lotada, Ney Matogrosso e Arnaldo Antunes encerraram a conversa sobre criatividade e originalidade cantando a capela para o público. Ney interpretou “Balada do Louco”, composição de Rita Lee e Arnaldo Baptista, enquanto Arnaldo cantou “Inclassificáveis”, levando a plateia ao delírio. (Veja no vídeo acima). Mediada por Kenya Sade, a conversa reuniu histórias, reflexões e memórias de carreira dos dois artistas. Sobre a música que encerrou sua participação, Arnaldo comentou que adorou quando Ney gravou “Inclassificáveis”. Ele disse que a canção tem tudo a ver com o artista. "Eu adorei quando o Ney gravou Inclassificáveis porque é a cara dele, nunca se encaixou em uma categoria. Ele tem uma coisa transformadora", explicou. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Durante o papo, Arnaldo afirmou que ser inovador é evitar se repetir em sua trajetória. "É um pouco presunçoso dizer que sou inovador. Mas eu não gosto de ficar me repetindo. O que é a função de cada artista. Não dar às pessoas aquilo que elas já têm estabelecido. É o papel da arte em geral. Ninguém gosta de repetição o tempo todo, nem o público. Eles são muito mais sedentos por novidade do que faz crer os meios de comunicação", disse Arnaldo Antunes. Arnaldo Antunes e Ney Matogrosso cantam a capela e emocionam o público no RIW Raoni Alves / g1 Rio Ainda sobre o tema inovação, Ney destacou que essa busca constante por novidade é parte de sua essência no palco. "É bom ter esse impulso porque nunca vamos fazer a mesma coisa. Embora o trabalho seja o mesmo, tudo é diferente", completou. "Talvez seja essa coisa de não se satisfazer mesmo. Isso já é um estímulo pra quem vai assistir. Sempre vão ver coisas diferentes", disse Ney. Novos públicos Para o ex-titãs, a presença do público jovem em seus shows é gratificante. Segundo ele, isso faz ele ter que se reinventar constantemente. "Eu adoro ver pessoas mais novas curtindo e assistindo. Mesmo o Titãs no show de reencontro, o público não conhecia e foi. Desde pessoas que conheciam até filhos e netos que não conheciam e foram lá conhecer. Isso é incrível", comentou Antunes. Ney também relatou que vem atraindo as novas gerações graças ao filme sobre sua trajetória. A cinebiografia 'Homem com H', dirigida por Esmir Filho e protagonizada por Jesuíta Barbosa, acompanha a vida do artista desde sua infância até o auge da carreira solo, passando pelo sucesso com os Secos & Molhados e seu relacionamento com Cazuza. Produzido com colaboração direta de Ney, o longa revela momentos marcantes, como os conflitos familiares, a repressão durante a ditadura e os desafios enfrentados por sua expressão artística e identidade. "O filme tá provocando uma coisa extravagante. Muita gente novinha tá se aproximando pelo filme. E eu fico muito feliz com isso. Quero estar sempre em contato com as pessoas", comentou Ney. Ao falar sobre a produção, ele se emocionou. “Eu dei um piripaque lá. Eu fiquei muito mexido. Eu já sabia da história, né, mas ver aquilo foi muito forte", completou o cantor. Plenária do RIW lotada para ver Ney Matogrosso e Arnaldo Antunes Raoni Alves / g1 Rio Durante o papo, Arnaldo relembrou sua formação artística, desde o gosto por livros e músicas na infância até a criação do Titãs, mencionando que sempre uniu diferentes linguagens. Ney, por sua vez, lembrou o impacto dos Secos e Molhados e contou um episódio de censura em Brasília, quando se recusou a mudar o figurino no palco. "Em Brasília, aconteceu uma história. Eu cantava com um tapa sexo e sem camisa. Era o figurino. Uma mulher de um militar veio e disse que eu tinha que vestir uma camisa. O show parou e eu disse que o figurino era esse. E ai eu disse que se me impedirem de voltar no palco a multidão ia ficar enfurecida E ficaram mesmo", relembrou. Ao falar sobre o momento político do Brasil, Ney disse acreditar que "tudo passa". "Tenho esse pensamento. As coisas vêm, permanecem e eu acho que tudo vai passar. E vamos dizer em outro momento: 'Lembra. Que tempos difíceis nós tivemos'", analisou. Virou enredo O cantor ainda falou sobre a sensação de ser enredo da Imperatriz Leopoldinense no carnaval do Rio de Janeiro em 2026. Ney disse que está acompanhando a escolha do samba à distância. "Colocaram 30 sambas e ainda não se decidiram. Eu não sei o que será contado. Mas tô só acompanhando". "Eu tô adorando essa história. Eu sempre fui reticente em ser homenageado em escola de samba. Porque não era meu universo. Mas hoje em dia eu entendo, faço parte de uma coisa que as pessoas gostam de falar, a música. Aceitei e estou satisfeito, muito feliz. Ainda tenho que voltar lá três vezes. Já fui três e tenho que voltar mais três. Eu tô curtindo. Tô ficando excitado com isso", revelou Ney. No fim do painel, o clima leve e descontraído deu lugar à emoção coletiva com as apresentações a capela, encerrando a participação de dois dos artistas mais marcantes da música brasileira no evento. Ney Matogrosso visita o barracão da Imperatriz Leopoldinense